quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O último plantão... Por enquanto!

Hoje cheguei em casa com sono, por volta das 06:30. Voltava de meu último plantão de obstetrícia, pelo menos por enquanto. A noite fora tranquila. Poucas gestantes, algumas cesarianas, nenhum trabalho de parto muito avançado. Não fiz nada de "especial"... Apenas examinar as pacientes, conversar com elas, tirar-lhes as dúvidas. Tudo tão simples, e ao mesmo tempo tão importante: ainda que de maneira breve, eu fiz parte de suas histórias, em um momento tão marcante quanto a gravidez.

Agradeço a Deus por estes meses de estágio, no qual eu aprendi muito mais do que obstetrícia. Ao longo desses meses, vi mulheres sorrindo aliviadas, depois de horas de dor intensa. Seu filho havia nascido, agora tudo - ou quase! - estava bem. As experiências das pacientes me fizeram repensar minha própria vida...  Aprendi, com elas, a esperar, a ter paciência e esperança. Aprendi que a dor e o esforço valem a pena, quando o objetivo é nobre. Lições que levarei comigo.

Olhando um pouco para esses seis meses, rapidamente revivo emoções. A decisão de fazer a prova, a inscrição feita no último dia (uma sexta-feira; saí mais cedo da aula de dermato para ir de carona, pois sequer sabia chegar no hospital!). O ritmo acelerado de estudos: rever o conteúdo de obstetrícia em 10 dias, resolver mais de 500 questões! (Sim, prejudiquei-me um pouco em outras matérias e tive que tirar o atraso depois, mas tudo tem seu preço!)

Depois, a indignação com a prova: tanto estudo para acertar tão pouco! E o choro por causa de um resultado que ainda não tinha saído, a frustração por algo que sequer aconteceu... Então, a surpresa da aprovação: saí da aula para pular no corredor, pois não pude me conter de alegria!!!! Sim, muita gente me chamou de exagerada por fazer tanto drama e acabar sendo aprovada; agora, todo mundo duvida quando digo que não gostei de uma prova!

Mas essa ainda era a primeira fase, então fui atrás de pessoas que conheciam a prova prática, peguei dicas com amigos, fui treinar no HC. Fiz a prova. Gostei. :)

Foram tantas experiências que não dá para colocar tudo em um texto sem que ele fique demasiadamente longo... Ressalto apenas a ansiedade e insegurança do primeiro plantão: sentia-me perdida! Em contraste, ontem eu estava tranquila, olhando tudo com certa nostalgia.

Agora, respiro aliviada. E feliz. Eu, tão inconstante que sou, consegui terminar o estágio! Parece pouco, mas para mim é uma vitória. Pensei que não iria aguentar quando chegassem as provas, mas fui. Pensei em faltar quando estava muito cansada, mas fui. Pensei em deixar para lá quando tudo me pareceu repetitivo e sem graça, mas... Fui! E valeu a pena.

Hoje, descendo as escadas, pensando: "a última vez que faço isso"... Eu estava tão leve! Acho que experimentei, em escala muito menor, claro, a sensação de dar o último plantão como estudante. Estava tão contente, tão leve que... Tive que subir de novo, às pressas! Tinha esquecido de pegar o carimbo do médico, comprovando que eu realmente estive no plantão. Essa leveza toda devia ser sono mesmo!

Agora, é só aproveitar as férias e rezar para que 2012 seja um ano ainda mais abençoado.
Maria, passa na frente!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um ano de blog!

Escrevi bem menos do que gostaria, mas bem mais do que imaginava! Nem eu acreditava que ia passar tanto tempo com um blog... A correria, mencionada há exatamente um ano, continuou presente. Fez-me perder inspirações de textos, momentos de descanso, e - lamentável! - a paciência.

Reconheço minha parcela de culpa. Por um lado, sobraram conteúdos a estudar, provas, plantões e tantas outras atividades. Por outro, faltou organização de minha parte, pois em várias ocasiões, deixei as coisas para a última hora. Nada mais tenso do que terminar às 3h da madrugada, para acordar às 7h e fazer uma prova. Sim, isso aconteceu!

Espero sinceramente ter mais disciplina a partir de agora, pois senti na pele que esse tipo de atitude só faz mal. Acho que aprendi a lição (espero). Aliás, espero que tenha aprendido bem todas as lições que me foram ensinadas neste ano. Às vezes, acho que sou um caso perdido, mas... Enquanto há vida, há esperança! E penso em Jacques Fesch.

Agradeço a todos que, de alguma forma, participaram deste blog. E isso vai desde aqueles que convivem comigo às grávidas do plantão. As inspirações nascem desse dia-a-dia. E, claro, aos leitores. Vi que o número de "seguidores" cresceu, e isso me alegra. Peço desculpas por não postar tão frequentemente quanto eu gostaria, eu também não gosto de blogs que nunca atualizam. Tentarei ser mais assídua. Sério.

Agradeço a Deus, pois Ele também participou do blog! Ele sempre está presente, ainda que de maneira silenciosa. E não poderia deixar de agradecer a Maria - minha maior descoberta em 2011. Em outro post explico o porquê... Só adianto que descobrir sua presença materna deixou meus dias ainda mais felizes!

Bem, por enquanto é isso!! Agora, fica a pergunta: será que chego aos dois anos de blog? Só o tempo dirá...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Eu e as gestantes :)

Finalmente de férias!!! Tecnicamente, pois ainda tenho uma prova... Mas, como essa só será no dia 13, e as aulas já acabaram, posso desfrutar do prazer de aproveitar um domingo sem pensar na prova da segunda!
Esse último mês foi atarefado: provas, muitas provas. E trabalhos. Nossa, ainda bem que já passou!

Senti falta de escrever; faz mais de um mês que passo por aqui. E não foi por falta de inspiração, o problema foi o tempo mesmo. Na última quarta, eu estava no plantão, tentando dormir... E não conseguia. Tão extenuada por tudo, e nada de pegar no sono. Detalhe: eu estava doida para escrever. O texto estava dentro de mim, pedindo para ser escrito.

Lembrei-me das gestantes que tinha atendido: elas sempre falam que ficam querendo dormir, e o bebê, movimentando-se, não as deixa descansar. Com as devidas proporções, senti-me assim... O texto revirando dentro de mim!

Vou começar a colocar as ideias em ordem... E recomeçar a escrever.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Vamos ao combate! ou: Em guarda!

Hoje fui ao cinema. Assisti a "Os Três Mosqueteiros". O enredo era bom, a trilha sonora, idem. As atuações foram ótimas. As lutas de espadas... Deu para perceber que gostei mesmo. Realmente vale a pena. Saí da sala pensando na nobreza e coragem dos personagens. E fiquei imaginando como seria emocionante viver como eles. Lutas, perigos, aventuras...

Foi aí que me dei conta de que só não vive assim, quem não quiser. Uma vida cômoda, parada, "mais ou menos" se nos oferece a cada instante. Mas, na verdade, estamos imersos na maior batalha de todas: a luta pelo Ceu.

Somos atacados constantemente por tentações, ilusões e distrações que, se não nos conseguem fazer desertar, pelo menos enfraquecem os nossos golpes e nos ferem.

Pertencemos ao exército de Jesus, e nossa grande General é Maria. Cada vitória sobre o pecado, cada tentação superada é uma vitória, é um inimigo morto. Cada pessoa que atraímos para Deus é uma "cidade" conquistada para Nosso Senhor.

Todavia, para que bem combatamos, precisamos estar fortes, bem treinados, com as armas bem cuidadas. É aí que entram a oração, as boas leituras, a prática das virtudes e, sobretudo, a Eucaristia. Tão bem equipados, estamos prontos para o combate. É hora de dar tudo. Mesmo cansado, mesmo sentindo dores, continuar lutando. Até o fim. Sempre fazendo o maior estrago possível nas hostes adversárias.

Se formos feridos, recorramos à Confissão, bálsamo que nos recobra a saúde. E retornemos à batalha. E, um dia, quando fecharmos os olhos aqui, abri-los-emos no Ceu. Receberemos, então, a coroa da glória, prêmio de tantas lutas vencidas e, com ela, a felicidade eterna.

Quem disse que a vida não é uma aventura? Em guarda!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Foi lindo! ou: Doce surpresa...

Eu estava devendo esse texto há muito tempo. Os fatos abaixo ocorreram há duas semanas, no dia 21/10/11.

Você tem aquela semana pesada e, enfim, chega a sexta-feira. Agora, vou poder descansar! Certo? Não!!!
Sexta é o dia do meu estágio de obstetrícia, onde fico de plantão. A ideia de ter algumas poucas horinhas de sono (ou não) não me atraía nem um pouco, mas... Fui. Um tanto desanimada, é verdade. Achando que o plantão ia ser sem graça.

Felizmente eu estava enganada. Até a meia-noite, estava tudo transcorrendo normalmente. Não era nem aquele plantão super pesado, nem a calmaria que foi no último capítulo de "Insensato Coração". Mas, tudo tranquilo. Até que, em meu horário da madrugada, a surpresa.

A primeira gestante que eu tinha atendido naquela noite se recusava a receber um medicamento. Ofereci-me para tentar convencê-la, uma vez que ela aparentemente tinha simpatizado comigo. Graças a Deus, consegui e ela aceitou, ficando bem cooperativa no trabalho de parto.

Quando eram quase 4h da manhã de sábado, no fim do meu horário, eu comento com um dos médicos: "poxa, eu queria tanto fazer o parto dela... Pena que não vai dar tempo". Logo depois, a bolsa dela rompeu e, quando o médico examinou, viu que a dilatação estava completa: o bebê estava prestes a nascer.

Resumindo: em alguns minutos estávamos nós três na sala de parto, eu muito feliz, pois - finalmente - fiz um parto. Nas outras vezes em que auxiliei, sempre havia alguma dificuldade e o médico intervinha (claro!). Mas, dessa vez, tudo foi perfeito, lindo! Os médicos que estavam comigo foram ótimos, me orientaram muito bem, foram super pacientes! E me deixaram fazer tudo (recebi ajuda só em algumas partes...) Foi tão emocionante!!!

E eu, que não dava nada por aquele plantão, saí muito feliz no sábado pela manhã. Pena que não lembrei de tirar foto com a bebezinha que ajudei a vir ao mundo. A ocasião merecia. Mas, tudo bem... Essa noite ficará muito bem gravada em minha memória.

Foi um verdadeiro presente; eu realmente não esperava que, justamente naquele plantão em que eu estava mais cansada, ia viver um momento tão especial. Mais uma doce surpresa de Deus.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aprendendo em Silêncio

Estou sem voz. Rouquíssima, não consigo falar sem grande esforço e, ainda assim, não me faço entender muito bem. Quem me conhece sabe como sou tagarela comunicativa. Sempre gostei de conversar, expressar ideias, emoções, valores... Quem convive comigo sabe como me é difícil silenciar.

Pois bem, agora não tenho escolha! Ou silencio ou não me recupero. Melhor calar. Na verdade, encaro essa perda temporária de voz como um convite providencial do bom Deus ao silêncio. Silenciar exterior, mas, sobretudo, interior. Silenciar minha voz para que eu ouça Sua voz.

Deus bem sabe da minha paixão por palavras, então deu-me uma forcinha ao diminuir minha voz. Assim, em silêncio, poderei buscá-Lo melhor. Ouvi-Lo.

Engraçado que, hoje pela manhã, ainda conseguia falar, e apresentei um trabalho sobre o filme "Um Golpe do Destino" . Nele, o protagonista é um médico que, com câncer de laringe, corre o risco de perder a voz... E eu, no trabalho, disse que a voz era um dos meios com que esse médico exercia seu poder sobre as pessoas...

Agora, vejo-me temporariamente destituída do meu pequeno "poder", com o qual influencio quem está por perto. Melhor assim. É hora de deixar o poder de Deus agir. Eu calo, Ele fala. Eu espero, Ele faz. Uma boa troca, não acham? :)

Não sei em quanto tempo me recuperarei. Talvez, amanhã ou depois, eu já esteja bem de novo. Mas, independentemente da duração, espero viver bem esse tempo de silêncio. Que eu, a exemplo de Maria e com a ajuda dEla, saiba ouvir a voz de Deus, e guardá-la em meu coração.

Quando eu voltar a falar, que as palavras não mais sejam minhas, mas de Deus. Que minha voz seja um simples instrumento - por meio do qual Ele se faz ouvir. Amém!

sábado, 24 de setembro de 2011

Sobre o tempo e a vida...

Uma paciente que se recusou a continuar o tratamento. Uma gestante em plena crise de falcização*, sofrendo dores atrozes. Uma gestante risonha. Uma jovem em trabalho de parto. E um caso supreendente. Assim poderia resumir o plantão de ontem... Tranquilo, mas rico em aprendizado.

O "caso surpreendente" foi protagonizado por uma jovem de 20 anos, que aparentemente estava grávida (como a maior parte das pacientes, já que o plantão é de obstetrícia). Tomamos um choque quando descobrimos que seu abdome distendido era por causa de um câncer avançado. Ela não esperava uma vida; a sua é que ia embora, aos poucos... Aos 20 anos! E a jovem não tinha ideia de quão grave era seu estado. Entristeci-me ao vê-la assim, tão nova e...

Queria escrever sobre a brevidade desta vida... Lembrar que tudo aqui passa num piscar de olhos. Mas não consigo. Só fico pensando na jovem em seu leito, sentindo dores. E imagino: poderia ser eu! E penso em como aproveitei mal o tempo, em como perdi tempo com besteiras...

O dia amanhece e eu agradeço por ter mais essa oportunidade para viver e amar, fim último de nossa existência. Deixo o hospital pensativa. E agora, rezo para que Deus me dê sabedoria, para que eu faça as escolhas certas e entregue minha vida ao que realmente vale a pena. Que tudo esteja orientado para a eternidade, afinal... A existência aqui é uma breve "gestação", ao fim da qual nasceremos para a verdadeira vida.



*Crise de falcização: ocorre quando grande quantidade de hemácias falciformes obstruem vasos, lesando tecidos do corpo - e causando muita dor. Saiba mais em: Manual de Anemia Falciforme Para a População (Ministério da Saúde)

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu não sou um caso perdido!

Quando pensamos em santos, o que nos vem à mente? Pessoas abençoadas, que desde a tenra infância aderiram ao projeto de Deus. Pessoas que derramaram seu sangue em países distantes de sua terra natal, martirizadas. Homens e mulheres que entregavam tudo a Deus e ao próximo. Há também histórias de conversões, como as de Santo Agostinho e São Camillo de Lellis, para não falar do próprio apóstolo São Paulo.

Sempre gostei de ler as histórias dos santos. Encantava-me com seu heroísmo, com os milagres, com a intervenção da Divina Providência no momento em que tudo parecia dar errado. Os atos de amor, o martírio, as renúncias; tudo isso me encantava.

Durante minha adolescência li muitas dessas histórias. Hoje meu tempo está mais curto, então não posso ler tanto. Todavia, há dois dias encontrei uma história fantástica... E o melhor é que não faz tanto tempo que aconteceu. Trata-se de Jacques Fesch.

Vocês podem conferir a história dele aqui. Em linhas gerais, ele era filho de um banqueiro, vivia como "playboy", de forma desregrada. Engravidou sua namorada e casou com ela, mas foi infiel e teve um filho fora do casamento. Quando tudo ia muito mal, ele quis viajar de barco, sozinho. Mas, como não tinha dinheiro nem seu pai quis financiar a viagem, ele planejou um roubo. E foi aí que tudo aconteceu.

Na fuga do roubo, ele assassinou um policial e foi preso. Por causa desse crime, foi condenado à morte. O jovem não demonstrava arrependimento do que havia feito... Até aí, parece apenas a história de mais um criminoso. Uma noite, na prisão, tudo muda.

Em 28 de fevereiro de 1955... “Estava deitado, olhos abertos, realmente sofrendo pela primeira vez na vida. Repentinamente, um grito saiu de meu peito, uma súplica por ajuda – Meu Deus – e, como um vento impetuoso que passa sem que soubesse de onde vem, o Espírito do Senhor me agarrou pela garganta. Tive a impressão de um infinito poder e de uma infinita bondade que, daquele momento me fez crer com convicção que nunca estive abandonado.”

Ele ainda passou dois anos e meio na prisão. Nesse período, viveu um processo intenso de santificação, lutando contra si mesmo e contra o desespero. Arrependeu-se de seus pecados, e passou a ter uma vida ascética na prisão. Sua conversão virou notícia, e comoveu o país. Ele passou a escrever, e suas cartas se tornaram fonte de reflexão para os jovens católicos franceses...

Chegou a época de seu segundo julgamento, no qual a sentença de morte foi mantida. Ainda havia, porém, uma chance: ser absolvido pelo presidente francês. Todavia, ele negou. Assim, em 1º de outubro de 1957, Jacques Fesch foi guilhotinado. Abaixo, seus últimos escritos:

Último dia de luta. Amanhã, nesta hora, estarei no Paraíso. Que eu morra, se essa for a vontade do bom Deus. A noite avança e eu fico cada vez mais apreensivo. Meditarei na agonia do Senhor no Horto das Oliveiras. Oh, bom Jesus, ajudai-me, não me abandoneis. Mais cinco horas, e estarei na verdadeira Vida. Mais cinco horas, e eu verei Jesus!”

Sinto vontade de chorar quando leio esse trecho. Imagino-o, em uma cela escura, esperando a hora do grande encontro. "A noite avança e eu fico cada vez mais apreensivo". Imagino o misto de esperança e angústia... Tentem imaginar também...

Apesar da guilhotina, o final da história é feliz; a morte não deu a última palavra: ele encontrou Jesus!

Quem imaginaria que aquele playboy, que se transformou em assassino, estaria hoje a caminho dos altares? Sim, já está aberto seu processo de beatificação. E espero em Deus que em breve ele seja declarado beato. Não estamos admirando seus pecados - é óbvio! Mas nos maravilhamos com o poder que Deus tem para atrair os corações. Alegramo-nos com a conversão de Jacques Fesch.

Para mim, ele é a prova cabal de que não existem casos perdidos para Jesus. Ele não desistiu de Jacques. Não desiste de ninguém... Basta que lhe demos abertura e deixemos que Ele faça tudo em nós. 

Agora, quando o medo me assaltar, quando o inimigo tentar me enganar, dizendo que não tenho mais jeito... Lembrarei de Jacques Fesch. Deus nunca nos abandona. Eu não sou um caso perdido.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exaltação da Santa Cruz

Hoje a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz.

Exaltar um símbolo que para muita gente está associado ao sofrimento e morte pode parecer estranho... Exaltar a dor? Exaltar a humilhação?

Não! Ao exaltarmos a Santa Cruz, exaltamos o Amor. Sim, na Cruz houve sofrimento e abandono... Mas, quando olhamos esse quadro pelo prisma do amor, toda a dor da Cruz se converte em conforto para nós.

Quando nos lembramos do sofrimento de Cristo por amor a nós, podemos nos unir a Ele a partir de pequenas cruzes do cotidiano - e como elas ficam mais leves, se as carregamos unidas a Jesus! Tudo passa a fazer sentido quando estamos com Ele.

Para finalizar... Encontrei esse vídeo, que tem tudo a ver com o dia de hoje!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Maria

Gostaria de ter inspiração para escrever um belo texto falando de Nossa Senhora...
Mas não sei por onde começar! Depois de muito pensar, veio-me à mente um atributo que me atrai muito em Maria: a Doçura com que Ela cuida de nós.

Vejo Nossa Senhora como uma mãe, cheia de carinho, cercando seus filhos de cuidados. Vejo-A paciente, ensinando-os por onde andar, o que fazer. Vejo-A triste, quando vê que não seguem o que ela ensinou. E vejo-A acolhedora, abraçando os filhos que voltam arrependidos, querendo recomeçar.

Enquanto escrevo, vêm-me lembranças nas quais a presença dessa Boa Mãe me consolou. E alegro-me por ter a companhia d'Ela... Tudo fica mais doce quando Ela está por perto.

Gostaria mesmo de ter escrito mais... Na verdade, esse texto é uma pequena luta comigo e com minha vontade de deixar tudo para "amanhã". De tantos adiamentos, o blog quase não é atualizado! Tentarei reverter esse quadro.

Por hora, uso esse pequeno espaço virtual para manifestar minha gratidão a Maria Santíssima, por tudo que ela fez e faz em minha vida! E para dizer a todos que não tenham medo de se aproximar dessa Mãe: tudo fica mais doce, mais suave, mais belo... Quando Ela está por perto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

No dia 12 de setembro...

... a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Maria.

"O nome de Maria, diz São Pedro Crisólogo, é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal"


Retirei essa frase de uma reflexão, cujo link envio abaixo:


http://www.arautos.org.br/especial/18962/O-Santissimo-Nome-de-Maria.html


Que Maria Santíssima abençoe a todos!

sábado, 13 de agosto de 2011

Segredo de felicidade

Há tanto tempo sem escrever... Por quê? Nem eu sei. Dessa vez, não foi falta de "inspiração", pelo contrário! Nos últimos dias, tantas coisas aconteceram que não sei por onde começar...
Na última segunda-feira, minhas aulas recomeçaram. Acordar cedo, enfrentar o trânsito, assistir às aulas, atender os pacientes. Chegar em casa cansada, e estudar. E quanto mais estudo, mais coisas para estudar. Plantões. Sono. Provas. E ser apaixonada por tudo isso. Acordar feliz a cada manhã.

Não, eu não conseguiria sozinha. Em cada momento, deparo-me com o amor de Deus, que se revela em minha família, nos amigos, nos pacientes. Sinto na brisa o seu toque suave. No sol, sua presença envolvente. Na Eucaristia, encontro-O, Aquele a quem amo. E sou feliz.

Por que escrevo essas coisas? Porque muitos me conhecem como uma pessoa feliz, mas poucos sabem o que me faz ser assim. Todas coisas simples e maravilhosas que acontecem diariamente me alegram, mas tudo seria tão vazio sem Ele. A presença silenciosa que perpassa todos os momentos. É Jesus quem traz o colorido para meus dias. Ele é quem me faz sorrir, mesmo com sono, dor nas costas e muito assunto para estudar. Só por causa dEle eu consigo. Os problemas continuam; a diferença é que tenho o amor que emana dEle. E esse amor me fortalece para a vida.

E por que manifestar sentimentos tão pessoais? Porque sei que o mesmo Jesus que me faz feliz quer fazer cada pessoa feliz também. Tanta gente perdendo a vida, buscando a felicidade onde nunca vão encontrar! Eu seria egoísta se mantivesse em segredo onde a encontrei.

Se você tivesse, por 10 minutos, a atenção do mundo inteiro, o que diria à humanidade? Eu falaria da felicidade. Falaria de Jesus. Aquele por quem o coração humano anseia. Nossa felicidade.



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Beautiful Day!

Apesar de estar de férias, minha vida acadêmica não está totalmente parada. Hoje, fui à faculdade participar do ensaio de uma peça de teatro, cujo tema é saúde e direitos do idoso. Embora essa atividade não esteja diretamente ligada à medicina (há inclusive pessoas de outros cursos participando), considero válido participar, pois aprendo a me expressar melhor - além de me divertir nos ensaios!

Enquanto voltava, reparei no céu: estava lindo! O dia estava luminoso como há muito não se via... Nesses dias de "inverno", onde tudo era chuva, o céu azul e limpo me encheu de alegria.

Depois do almoço, fui encontrar alguns colegas. Foi ótimo revê-los e conversar um pouco, aproveitando um pouco da beleza do dia.

Esses momentos me falam, de alguma forma, do amor de Deus. Às vezes, nem consigo explicar como, mas só de olhar o céu, tão belo, lembro que Deus é amor. E quem ama, quer comunicar-se com o amado... Basta ver os casais de namorados, que se falam diariamente. Quanto mais nosso Deus, que nos ama a ponto de dar Sua vida por nós, na Cruz e no Altar! Sim, Ele está sempre demonstrando seu amor; nós é que, muitas vezes, não percebemos.

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Hoje foi um dia legal. Todavia, uma dúvida me persegue: apesar de gostar muito do grupo de teatro, preocupo-me se conseguirei "dar conta" da peça, do estágio e... da faculdade! O próximo período é - segundo dizem - um dos mais cansativos. Isso me faz pensar em deixar a peça, mas, ao mesmo tempo, é tão bom participar... Não sei o que faço!

sábado, 9 de julho de 2011

Em uma sexta à noite... ou: Aprendendo com os plantões!

Dormi bastante ao longo do dia. Foi para compensar minha madrugada, que passei quase toda acordada - estava de plantão. Ontem foi meu segundo dia do estágio de obstetrícia. Nem escrevi sobre o primeiro; a inspiração até veio, mas o cansaço foi maior e terminei por adiar, adiar e - pra variar - não escrevi!

Ontem, percebi que já não me sentia tão perdida como no primeiro dia. O entrosamento com minha dupla era maior, e a vontade de aprender, era mesma. No primeiro dia, eu estava mais entusiasmada. Ontem, mais concentrada. Foi uma noite bem agitada. Chegava gestantes o tempo todo, o hospital estava lotado, e também não havia muitas vagas para transferência. Foi como se todo mundo tivesse "combinado" para dar à luz naquela noite.

Ao longo da noite, aprendi bastante. Não me refiro apenas à obstetrícia, para a qual não faltaram situações diferentes para praticar e aprender. Cada gestante que eu atendia era para mim a oportunidade de acolher Deus, que se manifesta no próximo. Assim, preocupava-me não somente com a ciência, mas também com o aspecto emocional das pacientes.

Que leu alguns dos meus textos deve ter percebido que, volta e meia, falo da presença de Deus no cotidiano, e como sua Providência se manifesta, não nos deixando faltar nada. Geralmente, associamos a Providência divina a coisas agradáveis, como: "Ah, eu estava sozinha, sem saber como ir pra casa... E apareceu um amigo, que podia me dar carona", ou "Não ia conseguir entregar o trabalho naquele dia, e descobri que prazo foi aumentado".

Nessas situações, e em tantas outras podemos perceber o cuidado atencioso de Deus, que nos cumula com supresas agradáveis. Ontem, porém, foi quando percebi que a Providência também se manifesta nas situações desagradáveis...

Lá pelas 23 horas, chegou uma gestante de 16 anos, com 10 cm de dilatação, vinda do interior do estado. Não fui eu quem prestou o atendimento inicial, mas, dada a proximidade dos boxes, tomei conhecimento do caso. Embora a dilatação já estivesse completa, as médicas optaram por tentar inibir o parto, pois a gestação contava apenas 31 semanas*.

A jovem foi internada e, como o hospital estava lotado (sério, nunca tinha visto tanta gestante junta!!), ela ficou em um local improvisado, sem outras pacientes por perto. Por volta das 03: 20 da manhã, mandaram-me avaliar essa paciente. Antes de chegar a ela, já ouvia seus gemidos de dor. Encontro-a agitada, desorientada, sem colaborar com os exames...

É bem mais fácil ser simpática e acolhedora quando você está descansada e a paciente, colaborativa. Mas vai tentar ser "legal" naquelas condições! Para mim, foi um verdadeiro desafio. Claro que existem pessoas com uma serenidade quase constante, mas esse não é o meu caso. Tive de me superar para atendê-la e acalmá-la, sem deixar que sua agitação me contagiasse, nem que meu cansaço me levasse a ser rude. Foi difícil, muito difícil.

Mas, graças a Deus... Consegui!!! Fiquei muito feliz por essa vitória sobre mim mesma, e ofereço-a a Jesus que, me ajudou tanto :)

Quando lembro da paciente, a palavra que me vem à mente é desamparo: 16 anos, dando à luz seu primeiro filho, cheia de dores, sozinha, em um local imenso e desconhecido. Provavelmente, estava com muito medo. As pessoas que a atenderam, inclusive eu, percebiam que ela queria chamar atenção. Mas eu me pergunto: quem, nessas condições, não agiria de forma semelhante?

Nossa o post ficou gigante! Mas é que são muitas experiências que eu gostaria de compartilhar. E olha que só foram dois plantões!! Encerro com a foto de minha dupla:

Eu e Laís, depois do primeiro plantão

Fiquem com Deus!


*O objetivo da inibição do parto é ganhar tempo para a administração de corticoide, a fim de acelerar a maturação pulmonar do bebê. Esse procedimento é feito em gestantes que entrem em trabalho de parto antes de 34 semanas e não tenham contra-indicações à realização do mesmo

quinta-feira, 30 de junho de 2011

3, 2, 1... Férias!!!!!

Hoje foi meu primeiro dia de férias! Comemorei dormindo muito e indo às compras com minha mãe...
Como é bom acordar tranquila, sem me preocupar com o trânsito ou com a aula que terei! Passear sem pensar no que estudar quando chegar em casa... Nossa, estava quase esquecendo o que era isso!

Férias bem merecidas, pois, embora tenha gostado muito do que aprendi, esse foi um dos períodos mais estressantes do curso. Agora, um pouco de descanso. Quero que as olheiras que ganhei nas últimas semanas desapareçam logo!

Mas nem só de "moleza" as férias são feitas! Amanhã, se Deus quiser, começo meu estágio em obstetrícia!! Essa foi a área que mais me atraiu em todo o 5º período. Agora, tenho a oportunidade de praticar um pouco mais. Além disso, quero estudar um pouco sobre fisiopatologia e tratamento da dor. Só para não perder o ritmo... Bem, a verdade é que toda vez que fico de férias, planejo milhares de coisas para estudar. Na maioria  das vezes, não consigo. Para não perder o hábito, pretendo - como disse - estudar dor. Depois eu conto se consegui!

Quero aproveitar as férias para passar mais tempo com minha família. Quantas e quantas vezes tive de diminuir meu convívio com pessoas tão amadas por causa de plantões, provas, trabalhos... Quantas vezes eu estava tão estressada que preferia nem falar muito, para não "descontar" em ninguém!

Ler, passear, tocar teclado, internet... Nossa, quanta coisa para ocupar meu tempo! Espero não esquecer de algo essencial, que me ajudou a aguentar os dias mais tensos: a oração. E não falo disso como uma coisa "engessada", mecânica... Nem tampouco para me gabar ou posar de "santinha" etc. É que, conversando com Jesus, consigo "me encontrar", fico mais calma... (Ajuda até a estudar melhor #ficadica.). Descobri nEle um amigo para todas as horas. Quero que ele, que ouviu tantos estresses e problemas, participe também de minhas férias!

Quero aproveitar bem esse mês, pois dizem que o M6 é um dos mais pesados do curso. Mal posso imaginar... Ok, não vou ficar sofrendo por antecipação: as férias chegaram e vou é aproveitar!!!

sábado, 25 de junho de 2011

Perguntas sem resposta

Festa de família. Uma tia pede-me que repare em minha avó, uma senhora de quase 80 anos. Ela estava pensativa, acompanhando com o olhar cada pessoa que passava diante dela.

- Ninguém sabe o que passa na cabeça dela numa hora dessas - disse minha tia.
- É... - disse eu, sem saber bem o que responder.

E fiquei a pensar na efemeridade da vida. Minha avó teve a felicidade de chegar a essa idade com lucidez e cercada por uma família que a ama. Sua boa memória traz lembranças da mocidade: vestidos, músicas, pessoas... E tudo passou como um sonho.

Por um instante, parei para me questionar sobre o que estou fazendo com minha vida. Será que chegarei aos 80? E, se chegar, que lembranças trarei em meu coração? Para as duas últimas questões, não há resposta... Ainda!

A primeira, porém, necessita de uma resposta urgente. Viver é uma experiência única e irrepetível; devemos ser sábios para não desperdiçar essa oportunidade maravilhosa. E como obter a sabedoria?

Dirijo-me a Jesus, pedindo que me guie sempre. Que me ajude a tomar a as decisões certas... Para que minha felicidade comece aqui e seja plena... No Céu!

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Depois das reflexões, torno a olhar para minha avó. Seu rosto marcado pelos anos continua com aquela expressão reflexiva. Dirijo-me a ela e a abraço. Digo que a amo. E não consigo conter as lágrimas. Aliás, elas teimam em querer sair agora, enquanto escrevo.

Não sei quanto tempo terei aqui. Mas toda manhã peço a Deus que Ele faça cada dia valer a pena!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Beleza

Os dias estão passando rápido... As últimas provas do semestre já começaram; na verdade, já se aproximam do fim! Passar o feriadão estudando faz parte.... Alegro-me só de lembrar que, na próxima semana, estarei livre delas! Preciso de férias :)

Falando em provas, as pessoas que convivem comigo participaram de momentos bem intensos relacionados a um certo concurso do qual participei. Eu havia me preparado bem, mas - sinceramente - não acreditava que ia passar. Fiquei muito triste, achando que tinha estudado em vão (como se não tivesse aprendido: estudo nunca é em vão!)... Até que saiu o resultado e, graças a Deus, passei!!!

E, assim, o tempo vai: na alegria de ter terminado o módulo de pediatria; em meio aos cansaços da ginecologia... Mas, felizmente, sinto-me mais aberta a perceber a beleza de Deus. Em meio ao caos de atividades consigo enxergar "lembretes" do seu amor. Uma flor, uma borboleta, a Lua... Tudo fala do imenso amor de Deus por nós. Basta que estejamos atentos!

Bem, vou indo... Ainda há muito para estudar. Mas já sinto o "cheirinho" das férias! :)

Fiquem com Deus!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Olhe para cima

Cheguei cansada hoje. A aula da tarde, embora boa, foi enorme. Durou quase duas horas a mais do que o programado... Quando cheguei, já era noite e a lua estava linda. Não resisti e me detive por alguns instantes, contemplando-a. Uma das coisas que mais me fazem falta é ter um tempinho para ver o céu... Hoje ele estava incrível!Impossível não lembrar de Deus vendo aquela beleza...

Acabei de terminar um trabalho para ser entregue amanhã e, em alguns minutos, vou estudar um pouco de pediatria.E mesmo em meio ao cansaço e às provas, estou tranquila. Aliás, essa sensação é novidade para mim nesses últimos dias. Hoje, pude perceber de modo especial a presença de Deus no meu dia. Na verdade, Ele sempre está comigo..

Lembro que, na hora do almoço, suspirei com desânimo, pensando que "o dia ainda está na metade!" Agora, aliviada, agradeço a Deus pelo dia que passou. Bons momentos com minha família, com a turma... Sim, esse dia valeu a pena! Obrigada! Tive também algumas supresas mas deixarei para falar delas em outro post.

Agora, encerro o texto com uma de minhas frase que sintetiza bem meu dia: “Olhe para cima e veja como o Céu é belo. Fique tranqüilo, pois Jesus está sempre conosco". (Pe. Pio)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Férias chegando...

Hoje estou me sentindo um pouco diferente... Foram tantas semanas de estudo intenso que não sei o que fazer com a noite "livre" que tenho hoje. Na verdade, nem está tão livre assim, mas me permiti parar um pouco. Algumas provas já foram. Ainda há pediatria e gineco para tirar minhas horas de sono, mas depois... FÉRIAS!!!! Fico animada só com a lembrança desse nome!

Estou sem muita inspiração hoje... Poxa, quando tenho inspiração, não tenho tempo! E agora, eis-me diante do pc e as ideias não fluem. Paciência!

Bem, é isso! Fiquem com Deus!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Relatórios, provas... Preciso de tempo!!!

Estou muito em dívida com o blog. As últimas semanas foram muito agitadas, como mencionei no post anterior, mas - graças a Deus - passaram! Estou um pouco mais tranquila...

Lembra dos plantões de obstetrícia e neonato, que comentei em algumas postagens? Pois bem, tínhamos que fazer o relato de um caso clínico, bem detalhado. Além disso, um relatório falando dos plantões.
Eu tive uns 40 dias para preparar o caso clínico. Mas acabei deixando para  depois, depois... E, de repente, me vi, no último dia do prazo, lutando contra o tempo, tentando terminar os dois relatórios.

Detalhe: eu teria uma prova no dia seguinte. Às 03:00, minha dupla e eu terminamos nosso relatório; estávamos acabadas de sono, mas eu me sentia feliz, pois finalmente estava livre daquela preocupação.

Acordei-me às 6:30; não preciso dizer que me sentia "um zumbi"... E ainda teria prova! E aulas, que seriam longas.

Diante dessa situação toda, pergunto: por que deixei a maior parte dos relatórios para a última semana? Sei que ele ficaria bem melhor se fosse feito com calma, mas faltou disciplina em mim. =/
Tomei, então, uma decisão: nunca mais deixaria um trabalho para a véspera. Isso foi há quase 20 dias.

E por que escrevo isso? Porque ontem dormi às 02:00, terminando um trabalho. Ninguém merece! Foi um trabalho em grupo, mas teve bem menos prazo e tivemos alguns percalços, mas enfim... Não cumpri o que prometi a mim mesma!

Isso me preocupa, pois penso... Será que vai ser sempre assim? Tenho medo de minha vida se tornar um grande improviso. Ressalto que deveria ter mais disciplina, mas quantas vezes eu me fiz pequenas concessões, pequenos "descansos" às vezes nem tão pequenos assim, que culminaram com todo esse estresse.

Ao mesmo tempo, penso em minha vida espiritual. Quanto eu poderia ter avançado se fosse um pouco mais firme! Assusto-me ao pensar que talvez meus anos passem, de improviso em improviso; de concessão em concessão... E sem fazer nada de concreto! E tudo por ceder a pequenos caprichos, em vez de buscar a vontade de Deus, que direciona para o Bem, o Belo e a Verdade... Peço a Jesus, que em sua misericórdia, venha socorrer minha fraqueza.

Termino o texto fazendo uma pequena defesa. Não obstante minha desorganização (preciso melhorar!), o curso é realmente pesado. Aulas em período integral, plantões... São muitos conteúdos para estudar em pouco tempo. Temos que nos desdobrar e estabelecer prioridades. Ao mesmo tempo, precisamos de tempo livre - ao menos um pouco! -, para organizar nossas ideias, conviver com a família, enfim... Viver! Mas, não posso negar... Amo o meu curso!!!

Bem, é isso! Espero aumentar a frequência dos textos :)

Fiquem com Deus!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Desabafo

Não estou muito bem hoje... A faculdade, com suas exigências, deixa-me extenuada. Encontro-me estressada, irritadiça, agitada... Tão diferente do que sou normalmente! Às vezes, parece que me perdi dentro de mim e que estou no "piloto automático". Em alguns momentos, não me reconheço nas minhas palavras e atitudes.
O que fazer para isso passar logo?
Amo o que faço, e sabia das dificuldades quando escolhi meu curso, mas - sinceramente - não imaginava que seria tão esmagador.
Tenho passado os últimos dias sob pressão intensa; provavelmente, essa sensação continuará presente pelo menos até a proxima quarta-feira. Até lá...
Tento me consolar, pensando que já está quase acabando... Mas ainda há muito a percorrer. Deus, dê-me força, sinto que a qualquer momento vou desfalecer e ficar pelo meio do caminho. Confio, porém, que seu amor me ajudará a chegar inteira.
Só mais alguns dias.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Emaús hoje

Sabe quando você está tão cansado que não tem nem ideia do que fazer? E, por mais que você precise de um tempo para si, não consegue parar? Estou tão envolvida num turbilhão de provas e trabalhos da faculdade seque não consigo retornar à minha calma habitual.

Agora, que está anoitecendo, lembro-me do encontro de Jesus com os discípulos de Emaús (esse, aliás, é o Evangelho de hoje!)... E peço que Ele caminhe ao meu lado, fale comigo e abrase meu coração com suas palavras. Na verdade, acredito que Ele já faz isso, mesmo antes que eu peça; o problema está em mim, em meus "olhos como que vendados", que não percebem sua presença. Então, peço a Cristo que venha em meu socorro, para que, apesar de minhas limitações, eu consiga encontrá-Lo, estar com Ele... Hoje.

Que a presença iluminada de Cristo guie sempre nossa caminhada!

domingo, 24 de abril de 2011

Ressuscitou!!!

Ontem, depois da Vigília Pascal, estava com a alma inundada de alegria. Sim, o encontro com o Ressuscitado encheu-me de esperança, força, paz... Sentia-me leve, feliz! Caminhava pela calçada, com minha família, enquanto ouvia a música que saía da igreja:
Brinquei com meu irmão dizendo-lhe que, se a Semana Santa fosse um filme, aquela cena estava perfeita para um "The End".

Mas, na verdade, é apenas o começo. Uma vida nova, em Cristo, se inicia. Desvencilhados do pecado,  repletos da graça de Deus, é hora de sair em missão. Agora é hora de anunciar a maravilha da Ressureição àqueles que ainda não conhecem nosso Senhor. Agir como as Santas Mulheres que, depois do encontro com Jesus, saíram correndo para contar a boa-nova.

Corramos também nós, ao encontro de nossos irmãos!! E, com ações e palavras, mostremos que a verdadeira felicidade está em Cristo... Sejamos pequenos pontos a irradiar a Luz do Ressuscitado pelo mundo, semeando em cada irmão a Paz que emana de Jesus.

FELIZ PÁSCOA!

sábado, 23 de abril de 2011

"Se tu vens às quatro da tarde, desde às três serei feliz"

Essa frase, tirada do livro "O Pequeno Prícipe", expressa bem como me sinto hoje... Passei toda a tarde na expectativa, ansiosa para um encontro. Sim, hoje à noite tenho um encontro com o Cristo Vivo, Ressucitado. Estou feliz só de lembrar que, logo mais, estarei com Ele.

Desejo a todos uma feliz e santa Páscoa!!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Paixão de Cristo segundo o cirurgião

Para ajudar um pouco na meditação sobre o imenso amor que Deus tem por nós...

       O Dr. Piérre Barbet, cirurgião francês, estudou durante vinte e cinco anos a paixão de Cristo, à luz do Santo Sudário de Turim; após seus estudos escreveu um impressionante livro, com o título acima (Ed. Loyola), onde narrou os horrores que o Senhor sofreu na Cruz. Em seguida coloco um resumo dos seus escritos, pois relata bem o que se passava com Jesus.

         “Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de morte. Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra.

O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas, e o faz com a decisão de um clínico. O suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produziu o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas; o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.

Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.

Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, entrega-O para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos… A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário.

Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros; Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos e os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida sabe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.

O sangue começa a escorrer; Jesus é deitado de costas; as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado.

Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos: provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego; quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa o impede de apoiar-se na madeira.

Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu nada desde a tarde anterior. Seu corpo é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede… Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos, se curvam. É como acontece a alguém ferido de tétano. É isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. 

A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico. Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais se esvaziar. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial.

Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável! 

Atraídas pelo sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas, todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos lhe arrancam um lamento: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?” Jesus grita: “Tudo está consumado!”. Em seguida num grande brado diz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” E morre… Em meu lugar e no seu.”

Fonte: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2008/03/21/a-paixao-de-cristo-segundo-o-cirurgiao/

Para quem deseja mais detalhes: http://www.lepanto.com.br/dados/StoSudario.htm

Vídeo esclarecedor

Passando apenas para compartilhar um vídeo muito interessante, que me ajudou a compreender melhor o mistério da Cruz


Fonte: www.padrepauloricardo.org (Esse site é ótimo; ajuda-me muito a conhecer melhor a Santa Igreja! Vale a pena visitá-lo!)

domingo, 27 de março de 2011

Foi lindo!!!! ou... Com um anjo nos braços!

Nos últimos posts, mencionei que comecei a ter plantões obrigatórios. Nesses plantões, surgiram várias vivências, que poderiam ter rendido bons textos... A emoção que senti no primeiro; a supresa com o modo como trataram algumas pacientes no segundo, enfim... Todavia, acabei deixando pra "escrever depois" e ai vocês ja sabem! Mas não posso deixar passar o que aconteceu no meu último plantão; é por isso que escrevo agora.

Eu estava pela segunda vez em um grande hospital, referência para gestações de alto risco. Meu último plantão lá tinha sido legal (na verdade, acabo gostando de todos!), embora tenha havido alguns problemas.
Cheguei um pouco agitada, agradecendo a Deus por não ter me atrasado - ninguém merece acordar cedinho no sábado! Enquanto caminhava para o "estar médico", perguntava-me o que me aguardava ao longo desse dia.

A manhã passou lentamente. Evoluímos as pacientes e assistimos a uma cesariana. Minha dupla ajudou o neonatalogista com os cuidados iniciais ao recém-nascido e ficamos empolgadas com isso. Queria que tivesse outra cesariana para que chegasse a minha vez. Eu só não imaginava que seria tão incrível.

Eu estava muito ansiosa, com medo de não conseguir segurar direito o bebê, de escorregar... Mas, graças a Deus, tudo correu bem. Como descrever como me senti a partir do momento em que o recebi? Havia, literalmente, uma vida em minhas mãos! Ele era tão frágil! Tão lindo ^^
Meus movimentos, um tanto quanto desajeitados - mas cheios de boas intenções - foram limpando, envolvendo, enfim, cuidando daquela criaturinha.

Eu estava realmente feliz fazendo tudo aquilo, mas o melhor momento ainda estava por vir: mostrar o filho à mãe. E lá fui eu, tremendo de emoção e medo. A mãe estava radiante e eu, muito contente por ter o privilégio promover esse primeiro contato entre eles. Eu nem precisava dizer nada, mas não resisti e dei os parabéns à mãe :D (acho que ela gostou, pela sua expressão facial!)

Quando lembro de tudo o que aconteceu ontem, só tenho a agradecer a Deus. Todo o cansaço desaparece quando lembro do bebezinho que acolhi. Senti-me carregando um anjo nos braços. Ou melhor, como se estivesse a cuidar do Menino Jesus, tal o meu enlevo. (Claro que, na hora em que estava com ele, não fiz essas reflexões. Tudo tinha que ser muito rápido...)

E enquanto me lembro da felicidade que senti cuidando daquela criança, peço a Nossa Senhora que me ajude a reconhecer seu Filho em cada um dos meus pacientes. Que eu consiga enxergar Jesus em cada pessoa que passe por mim, e que meus pacientes vejam em mim um pouco do amor que Deus tem para eles.

Abaixo segue a foto que tirei com ele, depois de todos os cuidados. Só aí que fui ter a ideia de registrar esse momento, logo eu, que amo fotos!!!


Sim, essa sou eu! Ei, ele não é lindo???

terça-feira, 22 de março de 2011

Pausa nos estudos

Estava estudando obstetrícia, mas resolvi parar um pouco. Não posso deixar esse espaço abandonado!
Não pretendo escrever muito, mas, às vezes, enquanto estudo, fico maravilhada com a perfeição do corpo humano... A harmonia existente entre os diversos sistemas, mantendo-nos vivos e com saúde. Tudo é tão lindo! Pena que, muitas vezes, só valorizamos nossa saúde quando nos vemos privados dela.

Não, esse post não é uma apologia sobre a importância do cuidado com o corpo (isso é assunto para outro momento). Na verdade, esse é um lembrete para que agradeçamos a Deus pela saúde. E para que peçamos que Ele nos ajude a aproveitá-la bem; que mão faça de nossa vida uma verdadeira obra de arte - refletindo a Beleza que emana de seu imenso amor por nós!

Até o próximo post, se Deus quiser!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sem inspiração

Depois de alguns dias sem escrever, parece que desaprendi. Quero compartilhar tantas coisas aqui, que nem sei por onde começar. Gostaria de falar sobre como Deus tem sido maravilhoso nesses últimos tempos; de como consigo entrever sua presença escondida nos momentos mais simples do meu dia. Gostaria de contar como estou amando meus plantões... Manifestar a emoção por cada uma das crianças que vi nascer (quase chorei quando vi um parto pela primeira vez!)

Não consigo me expressar! Passei um bom tempo tentando, diante do computador, organizar minhas ideias... Em vão.

Talvez seja suficiente dizer que estou feliz. Encontrar-me diariamente com Deus, nas situações mais inusitadas, faz-me ter forças para enfrentar momentos adversos... Sabe aquela frase "Deus é fiel", que muita gente gosta de colocar no carro? Lembrei dela agora. E me pergunto qual seria a relação entre ela e esse texto. Estava aqui pensando que o mesmo Deus que me acompanha quando está tudo bem, permanece ao meu lado nas horas difíceis. É um verdadeiro amigo, aliás, O amigo... Ele não tem medo de nossos problemas, tampouco de nossas limitações. Mesmo conhecendo todos os nossos defeitos, não nos deixa nunca.

Não, eu não tenho "Deus é fiel" em meu carro. Sinceramente, não curto muito essa ideia. Prefiro gravar essa frase em minha mente, para não me esquecer dessa verdade. Na verdade, Ele tem sido tão bom, que não me deixa esquecer de seu amor... Eu poderia passar horas aqui escrevendo sobre as maravilhas que Deus faz em minha vida. Mas tive uma ideia melhor: sugiro que você passe a ter mais atenção em seu dia, para buscar a "presença escondida" de Deus. Com um pouco de paciência, você vai perceber que Ele está ao seu lado em todos os momentos: O Amigo Fiel.

terça-feira, 1 de março de 2011

De volta à ativa!!!

Depois de um longo (e merecido) período de férias, reiniciei minhas aulas ontem. Estava muito empolgada porque nesse período há plantões de obstetrícia, mas, confesso: não imaginei que estivesse escalada para o primeiro dia.

Isso mesmo: depois de assistir a apenas uma aula de obstetrícia descubro que naquela noite, teria um plantão! Levaria tempo demais para descrever como foi legal, e o tanto que aprendi, mas estou realmente com muito sono... Por ora, limito-me a dizer que estou muito feliz pelo reinício das aulas!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Refletindo um pouco...

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."


(Tabacaria, por Álvaro de Campos/Fernando Pessoa)

Fazia tempo que eu não lia um poema. Outro dia, deparei-me com um livro de Fernando Pessoa, comprado à época do vestibular e abri, nostalgicamente. Ele não é meu poeta preferido, mas, em muitas vezes, consigo ver em seus versos um pouco do sentimento que tenho... É claro que nem sempre isso é possível, mas essa poesia me fez pensar...

"Não sou nada". Realmente, o que sou? Quando penso na quantidade de pessoas que habitam e habitaram esse planeta... Quando comparo a longevidade média dos seres humanos com a idade da Terra... Sinto-me tão importante como um grão de areia. Todavia, esse "grãozinho" que sou é único, tem vida; foi criado à "imagem e semelhança de Deus". Apesar de toda a pequenez, há nele uma faísca de eternidade.

"Nunca serei nada". Ah, quantas esse pensamento já me veio à mente! Quando as coisas pareciam não ir muito bem; quando aparecem contrariedades pelo caminho... "Isso nunca vai dar certo" - é uma variante  muito comum desse verso! Entretanto, a cada dia tenho a confirmação de que "ser ou não ser" depende muito mais do indivíduo, não dos acontecimentos.

"Não posso querer ser nada". Essa é a questão: para "ser" algo, é preciso querer sê-lo. E querer vai além de suposições e ideais. A vontade se mostra verdadeira quando resulta em movimento rumo à concretização do desejo.

"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". Às vezes tenho essa sensação. Um desejo de "mudar o mundo", de fazer a diferença... Bem utópico mesmo, sabe? Ao mesmo tempo, um inconformismo, uma inadaptação... Tantas vezes me sinto um pouco "gauche*" como diz Carlos Drummond de Andrade... Não, não sou anti-social (eu acho)! Pelo contrário, até gosto muito daqui. Mas parece que falta algo.

Ah, entendi! É que além de ter "todos os sonhos do mundo", tenho sonhos de outro mundo... O Ceu!
Por melhor que este mundo venha a ser, sempre haverá uma lacuna não preenchida aqui. Acho que a culpa é da tal "faísca" de eternidade: na Terra, tudo é efêmero; no Ceu, encontreremos a alegria eterna, o dia sem ocaso...


*gauche: palavra francesa - pronuncia-se “goxe” - que significa esquerdo, mas também utilizada para designar estranho, diferente.

PS: a poesia citada no post pode ser encontrada na íntegra aqui: http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acampos/456.php

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nada como a luz...

A menina está deitada em seu quarto escuro. Faltou energia e todos em casa dormem. Vultos se projetam... Uma mescla da tímida luz que entra pela janela com a sombra das cortinas e dos móveis. Tudo ao redor parece ameaçador. "Um monstro pode me atacar a qualquer momento" - pensa, enquanto se cobre toda com o lençol.

Ela bem poderia acordar os pais e deitar em sua cama, mas já estava "bem grandinha para isso". Deveria "enfrentar seus medos", foi o que disseram da última vez. Além disso, sabia que estavam cansados, pois trabalharam durante todo o dia. Assim, deveria criar coragem e permanecer ali. Ah, como queria estar como o irmão, que dormia placidamente, a despeito do calor!

Mas não. Para ela, tudo eram sombras. Não conseguia dormir. Então, uma doce recordação lhe veio à mente: o seu Anjo da Guarda. A lembrança desse ser tranquilizou-lhe. E - deve ter sido ele mesmo - que me deu uma ideia genial. Buscar, em seu criado-mudo, uma lanterninha que há muito não usava e lançar luz sobre o que a assustava.

Agora, ela não precisava temer o ataque de monstro ou qualquer outra criatura que se escondesse na escuridão, pois o Anjo estava lá para defendê-la. Assim, lançou luz sobre o maior dos vultos. E o mistério se desfez: viu apenas uma parede, alguns móveis... Nada além do que via todas as noites, iluminada por seu abajour. Direcionou sua lanterna em todas as direções e lá estava o ambiente familiar.

 - Nada como a luz para afugentar nossos medos! E isso vale para todas as situações. Nesse caso, foi a  lanterna que resolveu... Mas em muitos momentos, precisamos de outro tipo de luz.

- Existe outro tipo de luz? - perguntou uma vozinha jovial.

- Sim... Falo de uma luz que não podemos ver, mas apenas sentir seus efeitos: a luz de Deus. Quando, em qualquer situação vocês sentirem medo, ou não enxergarem uma solução, peçam a ajuda de Deus, peçam que Ele ilumine seus caminhos. E tudo, a seu tempo, começará a se resolver. O que acharam da história de hoje?

- Muito legal, vovó! Conta mais uma!!

- Não, já está tarde. É hora de dormir. Bons sonhos. - respondeu a senhora enquanto beijava seus netos. E saiu.

Caminhou lentamente, até o terraço da casa, onde pode observar o Céu estrelado. Tudo era silêncio. E ela se recordou de uma noite, há muitos e muitos anos, quando faltou luz em sua casa...


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O apagão de ontem teve uma vantagem para mim: veio-me a inspiração para a história acima. O apagão elétrico acabou - espero - com meu apagão de ideias!

Finalizo com uma frase do twitter da Ir. Kelly Patrícia: "Tudo que acontece nos favorece, se a gente não se aborrece e a Deus sempre agradece".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Impossibilidade

Sabe quando a ideia e a vontade de escrever estão presentes, mas - ainda assim - o texto não sai? Pois bem, experimento essa sensação agora! Em homenagem a esse momento, uma poesia de Carlos Drummond de Andrade:

"Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira."

Que estejamos sempre atentos à poesia que inunda nossa vida traz cor aos nossos dias!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Passeando um pouco...

Batalhas épicas, personagens fantásticos, missões grandiosas... Às vezes me imagino vivendo em um lugar como Nárnia ou como a Terra Média (o Senhor dos Aneis). Acompanho os personagens em suas aventuras, tento compreender-lhes as decisões; penso o que faria em seu lugar... Seria tão bom viver em uma terra mágica!

Encanto-me com os exemplos de coragem e persistência dos mais diversos personagens, desde o pequeno Frodo de Tolkien à jovem Lúcia de Lewis. E me pergunto como seria se eu estivesse em seus lugares.
Acabada a leitura, findo o filme... Retorno ao mundo real. Sinto falta das batalhas que não vivi e dos caminhos que não desbravei.

Todavia, essas histórias me ajudam a ter um novo olhar para a vida "real". Sim, vejo-me como uma terra a ser conquistada, palmo a palmo, para o Grande Rei. Encontro dentro de mim, inimigos crueis, que precisam ser vencidos. Não são nossos medos e defeitos adversários mais terríveis que os Orcs que habitavam a Terra Média?

Há ainda um agravante: esses inimigos não sucumbem com apenas alguns golpes de espada. A luta que se trava com eles é contínua... Um dia, vários golpes são desferidos por mim. Em outro, posso ser atingida gravemente. O combate é longo e difícil, mas o que importa é a constância. É, mesmo ferida, continuar. Quando se entra para a luta, não se deve temer a dor nem o cansaço. Eles virão inexoravelmente.

Seria uma luta vã e impossível de ser vencida, se não houvesse o apoio do Rei. Ele assiste aos nossos combates e, como Aslam, vem em meu socorro, trazendo-me luz e coragem. E assim fortalecida, prossigo. Ora vencendo, ora perdendo... Não quero parar de lutar! Sei que haverá o dia da vitória definitiva, quando as armas não serão necessárias e eu descansarei feliz nos braços de Jesus.