terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aprendendo em Silêncio

Estou sem voz. Rouquíssima, não consigo falar sem grande esforço e, ainda assim, não me faço entender muito bem. Quem me conhece sabe como sou tagarela comunicativa. Sempre gostei de conversar, expressar ideias, emoções, valores... Quem convive comigo sabe como me é difícil silenciar.

Pois bem, agora não tenho escolha! Ou silencio ou não me recupero. Melhor calar. Na verdade, encaro essa perda temporária de voz como um convite providencial do bom Deus ao silêncio. Silenciar exterior, mas, sobretudo, interior. Silenciar minha voz para que eu ouça Sua voz.

Deus bem sabe da minha paixão por palavras, então deu-me uma forcinha ao diminuir minha voz. Assim, em silêncio, poderei buscá-Lo melhor. Ouvi-Lo.

Engraçado que, hoje pela manhã, ainda conseguia falar, e apresentei um trabalho sobre o filme "Um Golpe do Destino" . Nele, o protagonista é um médico que, com câncer de laringe, corre o risco de perder a voz... E eu, no trabalho, disse que a voz era um dos meios com que esse médico exercia seu poder sobre as pessoas...

Agora, vejo-me temporariamente destituída do meu pequeno "poder", com o qual influencio quem está por perto. Melhor assim. É hora de deixar o poder de Deus agir. Eu calo, Ele fala. Eu espero, Ele faz. Uma boa troca, não acham? :)

Não sei em quanto tempo me recuperarei. Talvez, amanhã ou depois, eu já esteja bem de novo. Mas, independentemente da duração, espero viver bem esse tempo de silêncio. Que eu, a exemplo de Maria e com a ajuda dEla, saiba ouvir a voz de Deus, e guardá-la em meu coração.

Quando eu voltar a falar, que as palavras não mais sejam minhas, mas de Deus. Que minha voz seja um simples instrumento - por meio do qual Ele se faz ouvir. Amém!

sábado, 24 de setembro de 2011

Sobre o tempo e a vida...

Uma paciente que se recusou a continuar o tratamento. Uma gestante em plena crise de falcização*, sofrendo dores atrozes. Uma gestante risonha. Uma jovem em trabalho de parto. E um caso supreendente. Assim poderia resumir o plantão de ontem... Tranquilo, mas rico em aprendizado.

O "caso surpreendente" foi protagonizado por uma jovem de 20 anos, que aparentemente estava grávida (como a maior parte das pacientes, já que o plantão é de obstetrícia). Tomamos um choque quando descobrimos que seu abdome distendido era por causa de um câncer avançado. Ela não esperava uma vida; a sua é que ia embora, aos poucos... Aos 20 anos! E a jovem não tinha ideia de quão grave era seu estado. Entristeci-me ao vê-la assim, tão nova e...

Queria escrever sobre a brevidade desta vida... Lembrar que tudo aqui passa num piscar de olhos. Mas não consigo. Só fico pensando na jovem em seu leito, sentindo dores. E imagino: poderia ser eu! E penso em como aproveitei mal o tempo, em como perdi tempo com besteiras...

O dia amanhece e eu agradeço por ter mais essa oportunidade para viver e amar, fim último de nossa existência. Deixo o hospital pensativa. E agora, rezo para que Deus me dê sabedoria, para que eu faça as escolhas certas e entregue minha vida ao que realmente vale a pena. Que tudo esteja orientado para a eternidade, afinal... A existência aqui é uma breve "gestação", ao fim da qual nasceremos para a verdadeira vida.



*Crise de falcização: ocorre quando grande quantidade de hemácias falciformes obstruem vasos, lesando tecidos do corpo - e causando muita dor. Saiba mais em: Manual de Anemia Falciforme Para a População (Ministério da Saúde)

sábado, 17 de setembro de 2011

Eu não sou um caso perdido!

Quando pensamos em santos, o que nos vem à mente? Pessoas abençoadas, que desde a tenra infância aderiram ao projeto de Deus. Pessoas que derramaram seu sangue em países distantes de sua terra natal, martirizadas. Homens e mulheres que entregavam tudo a Deus e ao próximo. Há também histórias de conversões, como as de Santo Agostinho e São Camillo de Lellis, para não falar do próprio apóstolo São Paulo.

Sempre gostei de ler as histórias dos santos. Encantava-me com seu heroísmo, com os milagres, com a intervenção da Divina Providência no momento em que tudo parecia dar errado. Os atos de amor, o martírio, as renúncias; tudo isso me encantava.

Durante minha adolescência li muitas dessas histórias. Hoje meu tempo está mais curto, então não posso ler tanto. Todavia, há dois dias encontrei uma história fantástica... E o melhor é que não faz tanto tempo que aconteceu. Trata-se de Jacques Fesch.

Vocês podem conferir a história dele aqui. Em linhas gerais, ele era filho de um banqueiro, vivia como "playboy", de forma desregrada. Engravidou sua namorada e casou com ela, mas foi infiel e teve um filho fora do casamento. Quando tudo ia muito mal, ele quis viajar de barco, sozinho. Mas, como não tinha dinheiro nem seu pai quis financiar a viagem, ele planejou um roubo. E foi aí que tudo aconteceu.

Na fuga do roubo, ele assassinou um policial e foi preso. Por causa desse crime, foi condenado à morte. O jovem não demonstrava arrependimento do que havia feito... Até aí, parece apenas a história de mais um criminoso. Uma noite, na prisão, tudo muda.

Em 28 de fevereiro de 1955... “Estava deitado, olhos abertos, realmente sofrendo pela primeira vez na vida. Repentinamente, um grito saiu de meu peito, uma súplica por ajuda – Meu Deus – e, como um vento impetuoso que passa sem que soubesse de onde vem, o Espírito do Senhor me agarrou pela garganta. Tive a impressão de um infinito poder e de uma infinita bondade que, daquele momento me fez crer com convicção que nunca estive abandonado.”

Ele ainda passou dois anos e meio na prisão. Nesse período, viveu um processo intenso de santificação, lutando contra si mesmo e contra o desespero. Arrependeu-se de seus pecados, e passou a ter uma vida ascética na prisão. Sua conversão virou notícia, e comoveu o país. Ele passou a escrever, e suas cartas se tornaram fonte de reflexão para os jovens católicos franceses...

Chegou a época de seu segundo julgamento, no qual a sentença de morte foi mantida. Ainda havia, porém, uma chance: ser absolvido pelo presidente francês. Todavia, ele negou. Assim, em 1º de outubro de 1957, Jacques Fesch foi guilhotinado. Abaixo, seus últimos escritos:

Último dia de luta. Amanhã, nesta hora, estarei no Paraíso. Que eu morra, se essa for a vontade do bom Deus. A noite avança e eu fico cada vez mais apreensivo. Meditarei na agonia do Senhor no Horto das Oliveiras. Oh, bom Jesus, ajudai-me, não me abandoneis. Mais cinco horas, e estarei na verdadeira Vida. Mais cinco horas, e eu verei Jesus!”

Sinto vontade de chorar quando leio esse trecho. Imagino-o, em uma cela escura, esperando a hora do grande encontro. "A noite avança e eu fico cada vez mais apreensivo". Imagino o misto de esperança e angústia... Tentem imaginar também...

Apesar da guilhotina, o final da história é feliz; a morte não deu a última palavra: ele encontrou Jesus!

Quem imaginaria que aquele playboy, que se transformou em assassino, estaria hoje a caminho dos altares? Sim, já está aberto seu processo de beatificação. E espero em Deus que em breve ele seja declarado beato. Não estamos admirando seus pecados - é óbvio! Mas nos maravilhamos com o poder que Deus tem para atrair os corações. Alegramo-nos com a conversão de Jacques Fesch.

Para mim, ele é a prova cabal de que não existem casos perdidos para Jesus. Ele não desistiu de Jacques. Não desiste de ninguém... Basta que lhe demos abertura e deixemos que Ele faça tudo em nós. 

Agora, quando o medo me assaltar, quando o inimigo tentar me enganar, dizendo que não tenho mais jeito... Lembrarei de Jacques Fesch. Deus nunca nos abandona. Eu não sou um caso perdido.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Exaltação da Santa Cruz

Hoje a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz.

Exaltar um símbolo que para muita gente está associado ao sofrimento e morte pode parecer estranho... Exaltar a dor? Exaltar a humilhação?

Não! Ao exaltarmos a Santa Cruz, exaltamos o Amor. Sim, na Cruz houve sofrimento e abandono... Mas, quando olhamos esse quadro pelo prisma do amor, toda a dor da Cruz se converte em conforto para nós.

Quando nos lembramos do sofrimento de Cristo por amor a nós, podemos nos unir a Ele a partir de pequenas cruzes do cotidiano - e como elas ficam mais leves, se as carregamos unidas a Jesus! Tudo passa a fazer sentido quando estamos com Ele.

Para finalizar... Encontrei esse vídeo, que tem tudo a ver com o dia de hoje!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Maria

Gostaria de ter inspiração para escrever um belo texto falando de Nossa Senhora...
Mas não sei por onde começar! Depois de muito pensar, veio-me à mente um atributo que me atrai muito em Maria: a Doçura com que Ela cuida de nós.

Vejo Nossa Senhora como uma mãe, cheia de carinho, cercando seus filhos de cuidados. Vejo-A paciente, ensinando-os por onde andar, o que fazer. Vejo-A triste, quando vê que não seguem o que ela ensinou. E vejo-A acolhedora, abraçando os filhos que voltam arrependidos, querendo recomeçar.

Enquanto escrevo, vêm-me lembranças nas quais a presença dessa Boa Mãe me consolou. E alegro-me por ter a companhia d'Ela... Tudo fica mais doce quando Ela está por perto.

Gostaria mesmo de ter escrito mais... Na verdade, esse texto é uma pequena luta comigo e com minha vontade de deixar tudo para "amanhã". De tantos adiamentos, o blog quase não é atualizado! Tentarei reverter esse quadro.

Por hora, uso esse pequeno espaço virtual para manifestar minha gratidão a Maria Santíssima, por tudo que ela fez e faz em minha vida! E para dizer a todos que não tenham medo de se aproximar dessa Mãe: tudo fica mais doce, mais suave, mais belo... Quando Ela está por perto.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

No dia 12 de setembro...

... a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Maria.

"O nome de Maria, diz São Pedro Crisólogo, é nome de salvação para os regenerados, sinal de todas as virtudes, honra da castidade; é o sacrifício agradável a Deus; é a virtude da hospitalidade; é a escola de santidade; é, enfim, um nome completamente maternal"


Retirei essa frase de uma reflexão, cujo link envio abaixo:


http://www.arautos.org.br/especial/18962/O-Santissimo-Nome-de-Maria.html


Que Maria Santíssima abençoe a todos!