Apesar de estar de férias, minha vida acadêmica não está totalmente parada. Hoje, fui à faculdade participar do ensaio de uma peça de teatro, cujo tema é saúde e direitos do idoso. Embora essa atividade não esteja diretamente ligada à medicina (há inclusive pessoas de outros cursos participando), considero válido participar, pois aprendo a me expressar melhor - além de me divertir nos ensaios!
Enquanto voltava, reparei no céu: estava lindo! O dia estava luminoso como há muito não se via... Nesses dias de "inverno", onde tudo era chuva, o céu azul e limpo me encheu de alegria.
Depois do almoço, fui encontrar alguns colegas. Foi ótimo revê-los e conversar um pouco, aproveitando um pouco da beleza do dia.
Esses momentos me falam, de alguma forma, do amor de Deus. Às vezes, nem consigo explicar como, mas só de olhar o céu, tão belo, lembro que Deus é amor. E quem ama, quer comunicar-se com o amado... Basta ver os casais de namorados, que se falam diariamente. Quanto mais nosso Deus, que nos ama a ponto de dar Sua vida por nós, na Cruz e no Altar! Sim, Ele está sempre demonstrando seu amor; nós é que, muitas vezes, não percebemos.
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Hoje foi um dia legal. Todavia, uma dúvida me persegue: apesar de gostar muito do grupo de teatro, preocupo-me se conseguirei "dar conta" da peça, do estágio e... da faculdade! O próximo período é - segundo dizem - um dos mais cansativos. Isso me faz pensar em deixar a peça, mas, ao mesmo tempo, é tão bom participar... Não sei o que faço!
quinta-feira, 14 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
Em uma sexta à noite... ou: Aprendendo com os plantões!
Dormi bastante ao longo do dia. Foi para compensar minha madrugada, que passei quase toda acordada - estava de plantão. Ontem foi meu segundo dia do estágio de obstetrícia. Nem escrevi sobre o primeiro; a inspiração até veio, mas o cansaço foi maior e terminei por adiar, adiar e - pra variar - não escrevi!
Ontem, percebi que já não me sentia tão perdida como no primeiro dia. O entrosamento com minha dupla era maior, e a vontade de aprender, era mesma. No primeiro dia, eu estava mais entusiasmada. Ontem, mais concentrada. Foi uma noite bem agitada. Chegava gestantes o tempo todo, o hospital estava lotado, e também não havia muitas vagas para transferência. Foi como se todo mundo tivesse "combinado" para dar à luz naquela noite.
Ao longo da noite, aprendi bastante. Não me refiro apenas à obstetrícia, para a qual não faltaram situações diferentes para praticar e aprender. Cada gestante que eu atendia era para mim a oportunidade de acolher Deus, que se manifesta no próximo. Assim, preocupava-me não somente com a ciência, mas também com o aspecto emocional das pacientes.
Que leu alguns dos meus textos deve ter percebido que, volta e meia, falo da presença de Deus no cotidiano, e como sua Providência se manifesta, não nos deixando faltar nada. Geralmente, associamos a Providência divina a coisas agradáveis, como: "Ah, eu estava sozinha, sem saber como ir pra casa... E apareceu um amigo, que podia me dar carona", ou "Não ia conseguir entregar o trabalho naquele dia, e descobri que prazo foi aumentado".
Nessas situações, e em tantas outras podemos perceber o cuidado atencioso de Deus, que nos cumula com supresas agradáveis. Ontem, porém, foi quando percebi que a Providência também se manifesta nas situações desagradáveis...
Lá pelas 23 horas, chegou uma gestante de 16 anos, com 10 cm de dilatação, vinda do interior do estado. Não fui eu quem prestou o atendimento inicial, mas, dada a proximidade dos boxes, tomei conhecimento do caso. Embora a dilatação já estivesse completa, as médicas optaram por tentar inibir o parto, pois a gestação contava apenas 31 semanas*.
A jovem foi internada e, como o hospital estava lotado (sério, nunca tinha visto tanta gestante junta!!), ela ficou em um local improvisado, sem outras pacientes por perto. Por volta das 03: 20 da manhã, mandaram-me avaliar essa paciente. Antes de chegar a ela, já ouvia seus gemidos de dor. Encontro-a agitada, desorientada, sem colaborar com os exames...
É bem mais fácil ser simpática e acolhedora quando você está descansada e a paciente, colaborativa. Mas vai tentar ser "legal" naquelas condições! Para mim, foi um verdadeiro desafio. Claro que existem pessoas com uma serenidade quase constante, mas esse não é o meu caso. Tive de me superar para atendê-la e acalmá-la, sem deixar que sua agitação me contagiasse, nem que meu cansaço me levasse a ser rude. Foi difícil, muito difícil.
Mas, graças a Deus... Consegui!!! Fiquei muito feliz por essa vitória sobre mim mesma, e ofereço-a a Jesus que, me ajudou tanto :)
Quando lembro da paciente, a palavra que me vem à mente é desamparo: 16 anos, dando à luz seu primeiro filho, cheia de dores, sozinha, em um local imenso e desconhecido. Provavelmente, estava com muito medo. As pessoas que a atenderam, inclusive eu, percebiam que ela queria chamar atenção. Mas eu me pergunto: quem, nessas condições, não agiria de forma semelhante?
Nossa o post ficou gigante! Mas é que são muitas experiências que eu gostaria de compartilhar. E olha que só foram dois plantões!! Encerro com a foto de minha dupla:
Fiquem com Deus!
*O objetivo da inibição do parto é ganhar tempo para a administração de corticoide, a fim de acelerar a maturação pulmonar do bebê. Esse procedimento é feito em gestantes que entrem em trabalho de parto antes de 34 semanas e não tenham contra-indicações à realização do mesmo
Ontem, percebi que já não me sentia tão perdida como no primeiro dia. O entrosamento com minha dupla era maior, e a vontade de aprender, era mesma. No primeiro dia, eu estava mais entusiasmada. Ontem, mais concentrada. Foi uma noite bem agitada. Chegava gestantes o tempo todo, o hospital estava lotado, e também não havia muitas vagas para transferência. Foi como se todo mundo tivesse "combinado" para dar à luz naquela noite.
Ao longo da noite, aprendi bastante. Não me refiro apenas à obstetrícia, para a qual não faltaram situações diferentes para praticar e aprender. Cada gestante que eu atendia era para mim a oportunidade de acolher Deus, que se manifesta no próximo. Assim, preocupava-me não somente com a ciência, mas também com o aspecto emocional das pacientes.
Que leu alguns dos meus textos deve ter percebido que, volta e meia, falo da presença de Deus no cotidiano, e como sua Providência se manifesta, não nos deixando faltar nada. Geralmente, associamos a Providência divina a coisas agradáveis, como: "Ah, eu estava sozinha, sem saber como ir pra casa... E apareceu um amigo, que podia me dar carona", ou "Não ia conseguir entregar o trabalho naquele dia, e descobri que prazo foi aumentado".
Nessas situações, e em tantas outras podemos perceber o cuidado atencioso de Deus, que nos cumula com supresas agradáveis. Ontem, porém, foi quando percebi que a Providência também se manifesta nas situações desagradáveis...
Lá pelas 23 horas, chegou uma gestante de 16 anos, com 10 cm de dilatação, vinda do interior do estado. Não fui eu quem prestou o atendimento inicial, mas, dada a proximidade dos boxes, tomei conhecimento do caso. Embora a dilatação já estivesse completa, as médicas optaram por tentar inibir o parto, pois a gestação contava apenas 31 semanas*.
A jovem foi internada e, como o hospital estava lotado (sério, nunca tinha visto tanta gestante junta!!), ela ficou em um local improvisado, sem outras pacientes por perto. Por volta das 03: 20 da manhã, mandaram-me avaliar essa paciente. Antes de chegar a ela, já ouvia seus gemidos de dor. Encontro-a agitada, desorientada, sem colaborar com os exames...
É bem mais fácil ser simpática e acolhedora quando você está descansada e a paciente, colaborativa. Mas vai tentar ser "legal" naquelas condições! Para mim, foi um verdadeiro desafio. Claro que existem pessoas com uma serenidade quase constante, mas esse não é o meu caso. Tive de me superar para atendê-la e acalmá-la, sem deixar que sua agitação me contagiasse, nem que meu cansaço me levasse a ser rude. Foi difícil, muito difícil.
Mas, graças a Deus... Consegui!!! Fiquei muito feliz por essa vitória sobre mim mesma, e ofereço-a a Jesus que, me ajudou tanto :)
Quando lembro da paciente, a palavra que me vem à mente é desamparo: 16 anos, dando à luz seu primeiro filho, cheia de dores, sozinha, em um local imenso e desconhecido. Provavelmente, estava com muito medo. As pessoas que a atenderam, inclusive eu, percebiam que ela queria chamar atenção. Mas eu me pergunto: quem, nessas condições, não agiria de forma semelhante?
Nossa o post ficou gigante! Mas é que são muitas experiências que eu gostaria de compartilhar. E olha que só foram dois plantões!! Encerro com a foto de minha dupla:
Eu e Laís, depois do primeiro plantão
Fiquem com Deus!
*O objetivo da inibição do parto é ganhar tempo para a administração de corticoide, a fim de acelerar a maturação pulmonar do bebê. Esse procedimento é feito em gestantes que entrem em trabalho de parto antes de 34 semanas e não tenham contra-indicações à realização do mesmo
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